A cidade e as serras – Eça de Queiroz

17/08/2013 18:55

Eça de Queiroz no livro, A cidade e as serras brinca com o humano - desumano e o civilizado - bárbaro ao longo da narrativa. A vida na cidade é mais civilizada do que nas serras? O que é civilidade?   

No livro o avô de Jacinto, D. Galeão resolve deixar Portugal quando o infante D. Miguel teve que tomar “o caminho de Sines”. Ele vai para Paris com a esposa D. Angelina Fafes e o filho, Cintinho. Na cidade luz, ele compra aquele palacete dos campos elíseos n 202 e morre de indigestão. Sua esposa resolve ficar em Paris e o menino crescido se casa com Teresinha Velho com quem tem um filho antes de vir a óbito. Seu filho, Jacinto vive na luxuosa Paris com toda sua pompa e civilidade, mas sente um tédio incontrolável das pessoas e logo perde o interesse pelas novidades ao sempre exclamar: Que maçada!

Jacinto que era um entusiasta da cidade começa a se sentir um escravo da civilização com seus rituais vazios e incoerentes. Os problemas das instalações do 202 remetem aos problemas da civilização e fazem um paralelo com os problemas humanos tais como a barbárie, a lisonja e a superficialidade. No meio de tantas máquinas providencias para a simplificação do trabalho, não havia água pura e Jacinto era um ser sedento.

O amigo- narrador Zé Fernandes é chamado para o campo pelo tio Afonso Fernandes e lá permanece por sete anos até a morte do tio. Quando volta para Paris encontra “seu príncipe” mergulhado em intenso pessimismo.

Devido à força da natureza, Jacinto se sente moralmente obrigado a voltar para Tormes, as serras, por conta de um deslizamento de terra sobre a ossada de seus ancestrais. Depois de alguma hesitação o príncipe parte para as serras e dentro de acontecimentos imprevisíveis se vê refeito como homem e encontra sua paz de espírito, sua água pura.   

 

 

 

 

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